A IGREJA É COMUNHÃO COM JESUS
787. Desde o princípio, Jesus associou os discípulos à sua vida (222). Revelou-lhes o
mistério do Reino (223): deu-lhes parte na sua missão, na sua alegria (224) e nos
seus sofrimentos (225). Jesus fala duma comunhão ainda mais íntima entre Ele e os
que O seguem: «Permanecei em Mim, como Eu em vós [...]. Eu sou a cepa, vós os
ramos» (Jo 15, 4-5). E anuncia uma comunhão misteriosa e real entre o seu próprio
Corpo e o nosso: «Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em
Mim e Eu nele» (Jo 6, 56).
788. Quando a sua presença visível lhes foi tirada, Jesus não deixou órfãos os
discípulos (226). Prometeu-lhes ficar com eles até ao fim dos tempos (227), e
enviou-lhes o seu Espírito (228). A comunhão com Jesus tornou-se, de certo modo,
mais intensa: «Comunicando o seu Espírito aos seus irmãos, por Ele reunidos de
todas as nações, constituiu-os seu Corpo Místico» (229).
789. A comparação da Igreja com um corpo lança uma luz particular sobre a
ligação íntima existente entre a Igreja e Cristo. Ela não está somente reunida à
volta d'Ele: está unificadan'Ele, no seu Corpo. Na Igreja, Corpo de Cristo, são de
salientar mais especificamente três aspectos: a unidade de todos os membros
entre si, pela união a Cristo; Cristo, Cabeça do Corpo; a Igreja, Esposa de Cristo.
«UM SÓ CORPO»
790. Os crentes que respondem à Palavra de Deus e se tornam membros do Corpo
de Cristo, ficam estreitamente unidos a Cristo: «Neste Corpo, a vida de Cristo
difunde-se nos crentes, unidos pelos sacramentos, dum modo misterioso e real, a
Cristo sofredor e glorificado» (230), Isto verifica-se particularmente no Baptismo,
que nos une à morte e ressurreição de Cristo (231), e na Eucaristia, pela qual,
«participando realmente no Corpo de Cristo», somos elevados à comunhão com Ele
e entre nós (232).
791. Mas a unidade do Corpo não anula a diversidade dos membros: «Na
edificação do Corpo de Cristo existe diversidade de membros e funções. É o mesmo
Espírito que distribui os seus vários dons, segundo a sua riqueza e as necessidades
dos ministérios para utilidade da Igreja» (233). A unidade do Corpo Místico produz
e estimula a caridade entre os fiéis: «Daí que, se algum membro padece, todos os
membros sofrem juntamente; e se algum membro recebe honras, todos se
alegram» (234). Em suma, a unidade do Corpo Místico triunfa sobre todas as
divisões humanas: «Todos vós que fostes baptizados em Cristo, fostes revestidos
de Cristo. Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem
mulher; porque todos vós sois um só, em Cristo Jesus» (Gl 3, 27-28).
«A CABEÇA DESTE CORPO É CRISTO»
792. Cristo «é a Cabeça do Corpo que é a Igreja» (Cl 1, 18). Ele é o Princípio da
criação e da Redenção. Elevado à glória do Pai, «tem em tudo a
primazia» (Cl 1, 18), principalmente sobre a Igreja, por meio da qual estende o seu
reinado sobre tudo quanto existe.
793. Une-nos à sua Páscoa: todos os membros se devem esforçar por se parecerem
com Ele, «até que Cristo Se forme neles» (Gl 4, 19). «É para isso que nós somos
introduzidos nos mistérios da sua vida [...], associados aos seus sofrimentos como o
corpo à cabeça, unidos à sua paixão para ser unidos à sua glória» (235).
794. Provê ao nosso crescimento (236): a fim de crescermos em tudo para Aquele
que é a Cabeça (237), Cristo distribui no seu Corpo, a Igreja, os dons e os serviços
pelos quais mutuamente nos ajudamos no caminho da salvação.
795. Cristo e a Igreja são, pois, o «Cristo total» (Christus totus). A Igreja é una com
Cristo. Os santos têm desta unidade uma consciência muito viva:
«Congratulemo-nos, pois, e dêmos graças pelo facto de nos termos tornado não
apenas cristãos, mas o próprio Cristo. Estais a compreender, irmãos, a graça que
Deus nos fez, dando-nos Cristo por Cabeça? Admirai e alegrai-vos: nós tornámo-nos
Cristo. Com efeito, uma vez que Ele é a Cabeça e nós os membros, o homem
completo é Ele e nós [...]. A plenitude de Cristo é, portanto, a Cabeça e os
membros. Que quer dizer: a Cabeça e os membros? Cristo e a Igreja» (238).
«Redemptor noster unam se personam cum sanctam Ecelesiam, quam assumpsit,
exhibuit – O nosso Redentor apresentou-Se a Si próprio como uma única pessoa
unida à santa Igreja, que Ele assumiu» (239).
«Caput et membra, quasi una persona mystica – Cabeça e membros são, por assim
dizer, uma só e mesma pessoa mística» (240).
Uma palavra de Santa Joana d'Arc aos seus juízes resume a fé dos santos Doutores
e exprime o bom-senso do crente: «De Jesus Cristo e da Igreja eu penso que são
um só, e não há que levantar dificuldades a esse respeito» (241).
A IGREJA É A ESPOSA DE CRISTO
796. A unidade de Cristo e da Igreja, Cabeça e membros do Corpo, implica também
a distinção entre ambos, numa relação pessoal. Este aspecto é, muitas vezes,
expresso pela imagem do esposo e da esposa. O tema de Cristo Esposo da Igreja foi
preparado pelos profetas e anunciado por João Baptista (242). O próprio Senhor Se
designou como «o Esposo» (Mc 2, 19) (243). E o Apóstolo apresenta a Igreja e cada
fiel, membro do seu Corpo, como uma esposa «desposada» com Cristo Senhor, para
formar com Ele um só Espírito (244). Ela é a Esposa imaculada do Cordeiro
imaculado (245) que Cristo amou, pela qual Se entregou «para a
santificar» (Ef 5, 26), que associou a Si por uma aliança eterna, e à qual não cessa
de prestar cuidados como ao Seu próprio Corpo (246).
«Eis o Cristo total, Cabeça e Corpo, um só, formado de muitos [...]. Quer seja a
Cabeça que fale, quer sejam os membros, é Cristo que fala: fala desempenhando o
papel de Cabeça (ex persona capitis), ou, então, desempenhando o papel do
Corpo (ex persona corporis). Conforme ao que está escrito: «Serão os dois uma só
carne. É esse um grande mistério; digo-o em relação a Cristo e à Igreja» (Ef 5, 31-
32). E o próprio Senhor diz no Evangelho: «Já não são dois, mas uma só
carne» (Mt 19, 6). Como vedes, temos, de algum modo, duas pessoas diferentes; no
entanto, tornam-se uma só na união esponsal [...] «Diz-se "Esposo" enquanto
Cabeça e "esposa" enquanto Corpo» (247).
787. Desde o princípio, Jesus associou os discípulos à sua vida (222). Revelou-lhes o
mistério do Reino (223): deu-lhes parte na sua missão, na sua alegria (224) e nos
seus sofrimentos (225). Jesus fala duma comunhão ainda mais íntima entre Ele e os
que O seguem: «Permanecei em Mim, como Eu em vós [...]. Eu sou a cepa, vós os
ramos» (Jo 15, 4-5). E anuncia uma comunhão misteriosa e real entre o seu próprio
Corpo e o nosso: «Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em
Mim e Eu nele» (Jo 6, 56).
788. Quando a sua presença visível lhes foi tirada, Jesus não deixou órfãos os
discípulos (226). Prometeu-lhes ficar com eles até ao fim dos tempos (227), e
enviou-lhes o seu Espírito (228). A comunhão com Jesus tornou-se, de certo modo,
mais intensa: «Comunicando o seu Espírito aos seus irmãos, por Ele reunidos de
todas as nações, constituiu-os seu Corpo Místico» (229).
789. A comparação da Igreja com um corpo lança uma luz particular sobre a
ligação íntima existente entre a Igreja e Cristo. Ela não está somente reunida à
volta d'Ele: está unificadan'Ele, no seu Corpo. Na Igreja, Corpo de Cristo, são de
salientar mais especificamente três aspectos: a unidade de todos os membros
entre si, pela união a Cristo; Cristo, Cabeça do Corpo; a Igreja, Esposa de Cristo.
«UM SÓ CORPO»
790. Os crentes que respondem à Palavra de Deus e se tornam membros do Corpo
de Cristo, ficam estreitamente unidos a Cristo: «Neste Corpo, a vida de Cristo
difunde-se nos crentes, unidos pelos sacramentos, dum modo misterioso e real, a
Cristo sofredor e glorificado» (230), Isto verifica-se particularmente no Baptismo,
que nos une à morte e ressurreição de Cristo (231), e na Eucaristia, pela qual,
«participando realmente no Corpo de Cristo», somos elevados à comunhão com Ele
e entre nós (232).
791. Mas a unidade do Corpo não anula a diversidade dos membros: «Na
edificação do Corpo de Cristo existe diversidade de membros e funções. É o mesmo
Espírito que distribui os seus vários dons, segundo a sua riqueza e as necessidades
dos ministérios para utilidade da Igreja» (233). A unidade do Corpo Místico produz
e estimula a caridade entre os fiéis: «Daí que, se algum membro padece, todos os
membros sofrem juntamente; e se algum membro recebe honras, todos se
alegram» (234). Em suma, a unidade do Corpo Místico triunfa sobre todas as
divisões humanas: «Todos vós que fostes baptizados em Cristo, fostes revestidos
de Cristo. Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem
mulher; porque todos vós sois um só, em Cristo Jesus» (Gl 3, 27-28).
«A CABEÇA DESTE CORPO É CRISTO»
792. Cristo «é a Cabeça do Corpo que é a Igreja» (Cl 1, 18). Ele é o Princípio da
criação e da Redenção. Elevado à glória do Pai, «tem em tudo a
primazia» (Cl 1, 18), principalmente sobre a Igreja, por meio da qual estende o seu
reinado sobre tudo quanto existe.
793. Une-nos à sua Páscoa: todos os membros se devem esforçar por se parecerem
com Ele, «até que Cristo Se forme neles» (Gl 4, 19). «É para isso que nós somos
introduzidos nos mistérios da sua vida [...], associados aos seus sofrimentos como o
corpo à cabeça, unidos à sua paixão para ser unidos à sua glória» (235).
794. Provê ao nosso crescimento (236): a fim de crescermos em tudo para Aquele
que é a Cabeça (237), Cristo distribui no seu Corpo, a Igreja, os dons e os serviços
pelos quais mutuamente nos ajudamos no caminho da salvação.
795. Cristo e a Igreja são, pois, o «Cristo total» (Christus totus). A Igreja é una com
Cristo. Os santos têm desta unidade uma consciência muito viva:
«Congratulemo-nos, pois, e dêmos graças pelo facto de nos termos tornado não
apenas cristãos, mas o próprio Cristo. Estais a compreender, irmãos, a graça que
Deus nos fez, dando-nos Cristo por Cabeça? Admirai e alegrai-vos: nós tornámo-nos
Cristo. Com efeito, uma vez que Ele é a Cabeça e nós os membros, o homem
completo é Ele e nós [...]. A plenitude de Cristo é, portanto, a Cabeça e os
membros. Que quer dizer: a Cabeça e os membros? Cristo e a Igreja» (238).
«Redemptor noster unam se personam cum sanctam Ecelesiam, quam assumpsit,
exhibuit – O nosso Redentor apresentou-Se a Si próprio como uma única pessoa
unida à santa Igreja, que Ele assumiu» (239).
«Caput et membra, quasi una persona mystica – Cabeça e membros são, por assim
dizer, uma só e mesma pessoa mística» (240).
Uma palavra de Santa Joana d'Arc aos seus juízes resume a fé dos santos Doutores
e exprime o bom-senso do crente: «De Jesus Cristo e da Igreja eu penso que são
um só, e não há que levantar dificuldades a esse respeito» (241).
A IGREJA É A ESPOSA DE CRISTO
796. A unidade de Cristo e da Igreja, Cabeça e membros do Corpo, implica também
a distinção entre ambos, numa relação pessoal. Este aspecto é, muitas vezes,
expresso pela imagem do esposo e da esposa. O tema de Cristo Esposo da Igreja foi
preparado pelos profetas e anunciado por João Baptista (242). O próprio Senhor Se
designou como «o Esposo» (Mc 2, 19) (243). E o Apóstolo apresenta a Igreja e cada
fiel, membro do seu Corpo, como uma esposa «desposada» com Cristo Senhor, para
formar com Ele um só Espírito (244). Ela é a Esposa imaculada do Cordeiro
imaculado (245) que Cristo amou, pela qual Se entregou «para a
santificar» (Ef 5, 26), que associou a Si por uma aliança eterna, e à qual não cessa
de prestar cuidados como ao Seu próprio Corpo (246).
«Eis o Cristo total, Cabeça e Corpo, um só, formado de muitos [...]. Quer seja a
Cabeça que fale, quer sejam os membros, é Cristo que fala: fala desempenhando o
papel de Cabeça (ex persona capitis), ou, então, desempenhando o papel do
Corpo (ex persona corporis). Conforme ao que está escrito: «Serão os dois uma só
carne. É esse um grande mistério; digo-o em relação a Cristo e à Igreja» (Ef 5, 31-
32). E o próprio Senhor diz no Evangelho: «Já não são dois, mas uma só
carne» (Mt 19, 6). Como vedes, temos, de algum modo, duas pessoas diferentes; no
entanto, tornam-se uma só na união esponsal [...] «Diz-se "Esposo" enquanto
Cabeça e "esposa" enquanto Corpo» (247).
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