571. O mistério pascal da cruz e ressurreição de Cristo está no centro da Boa-Nova
que os Apóstolos, e depois deles a Igreja, devem anunciar ao mundo. O desígnio
salvífico de Deus cumpriu-se de «una vez por todas» (Heb 9, 26) pela morte
redentora do seu Filho Jesus Cristo.
572. A Igreja permanece fiel à «interpretação de todas as Escrituras» dada pelo
próprio Jesus, tanto antes como depois da sua Páscoa (336) «Não tinha o Messias
de sofrer tudo isto, para entrar na sua glória?» (Lc 24, 26). Os sofrimentos de Jesus
tomaram a sua forma histórica concreta, pelo facto de Ele ter sido «rejeitado pelos
anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas» (Mc 8, 31), que «O entregaram
aos pagãos para ser escarnecido, flagelado e crucificado» (Mt 20, 19).
573. A fé pode, portanto, esforçar-se por investigar as circunstâncias da morte de
Jesus, fielmente transmitidas pelos evangelhos (337) e esclarecidas por outras
fontes históricas, para melhor compreender o sentido da redenção.
574. Desde o princípio do ministério público de Jesus, fariseus e partidários de
Herodes, com sacerdotes e escribas, puseram-se de acordo para lhe dar a morte
(338). Por alguns dos seus actos (expulsões de demónios (339); perdão dos pecados
(340) curas em dia de sábado (341); interpretação original dos preceitos de pureza
legal (342): trato familiar com publicanos e pecadores públicos (343), Jesus pareceu
a alguns, mal intencionados, suspeito de possessão diabólica (344). Foi acusado de
blasfémia (345) e de falso profetismo (346), crimes religiosos que a Lei castigava
com a pena de morte por apedrejamento (347).
575. Muitas atitudes e palavras de Jesus foram, portanto, «sinal de contradição»
(348) para as autoridades religiosas de Jerusalém, a quem o Evangelho de São
João muitas vezes chama simplesmente «os Judeus» (349), mais ainda do que para
o comum do Povo de Deus (350). Sem dúvida que as suas relações com os fariseus
não foram unicamente polémicas: são fariseus que O previnem do perigo que corre
(351). Jesus louva alguns de entre eles, como o escriba de Mc 12, 34, e em várias
ocasiões come em casa de fariseus (352). Jesus confirma doutrinas partilhadas por
esta elite religiosa do povo de Deus: a ressurreição dos mortos (353) formas de
piedade (esmola, jejum e oração (354)) e o hábito de se dirigir a Deus como Pai, o
carácter central do mandamento do amor de Deus e do próximo (355).
576. Aos olhos de muitos em Israel, parece que Jesus procede contra as
instituições essenciais do Povo eleito:
– a submissão à Lei, na totalidade dos seus preceitos escritos e, para os fariseus,
na interpretação da tradição oral;
– a centralidade do templo de Jerusalém, como lugar santo em que Deus habita de
maneira privilegiada;
– a fé no Deus único, cuja glória nenhum homem pode partilhar.
que os Apóstolos, e depois deles a Igreja, devem anunciar ao mundo. O desígnio
salvífico de Deus cumpriu-se de «una vez por todas» (Heb 9, 26) pela morte
redentora do seu Filho Jesus Cristo.
572. A Igreja permanece fiel à «interpretação de todas as Escrituras» dada pelo
próprio Jesus, tanto antes como depois da sua Páscoa (336) «Não tinha o Messias
de sofrer tudo isto, para entrar na sua glória?» (Lc 24, 26). Os sofrimentos de Jesus
tomaram a sua forma histórica concreta, pelo facto de Ele ter sido «rejeitado pelos
anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas» (Mc 8, 31), que «O entregaram
aos pagãos para ser escarnecido, flagelado e crucificado» (Mt 20, 19).
573. A fé pode, portanto, esforçar-se por investigar as circunstâncias da morte de
Jesus, fielmente transmitidas pelos evangelhos (337) e esclarecidas por outras
fontes históricas, para melhor compreender o sentido da redenção.
574. Desde o princípio do ministério público de Jesus, fariseus e partidários de
Herodes, com sacerdotes e escribas, puseram-se de acordo para lhe dar a morte
(338). Por alguns dos seus actos (expulsões de demónios (339); perdão dos pecados
(340) curas em dia de sábado (341); interpretação original dos preceitos de pureza
legal (342): trato familiar com publicanos e pecadores públicos (343), Jesus pareceu
a alguns, mal intencionados, suspeito de possessão diabólica (344). Foi acusado de
blasfémia (345) e de falso profetismo (346), crimes religiosos que a Lei castigava
com a pena de morte por apedrejamento (347).
575. Muitas atitudes e palavras de Jesus foram, portanto, «sinal de contradição»
(348) para as autoridades religiosas de Jerusalém, a quem o Evangelho de São
João muitas vezes chama simplesmente «os Judeus» (349), mais ainda do que para
o comum do Povo de Deus (350). Sem dúvida que as suas relações com os fariseus
não foram unicamente polémicas: são fariseus que O previnem do perigo que corre
(351). Jesus louva alguns de entre eles, como o escriba de Mc 12, 34, e em várias
ocasiões come em casa de fariseus (352). Jesus confirma doutrinas partilhadas por
esta elite religiosa do povo de Deus: a ressurreição dos mortos (353) formas de
piedade (esmola, jejum e oração (354)) e o hábito de se dirigir a Deus como Pai, o
carácter central do mandamento do amor de Deus e do próximo (355).
576. Aos olhos de muitos em Israel, parece que Jesus procede contra as
instituições essenciais do Povo eleito:
– a submissão à Lei, na totalidade dos seus preceitos escritos e, para os fariseus,
na interpretação da tradição oral;
– a centralidade do templo de Jerusalém, como lugar santo em que Deus habita de
maneira privilegiada;
– a fé no Deus único, cuja glória nenhum homem pode partilhar.
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