1200. Desde a primeira comunidade de Jerusalém até à Parusia, as Igrejas de Deus
celebram em toda a parte o mesmo mistério pascal, fiéis à fé apostólica. O
mistério celebrado na liturgia é um só, mas as formas da sua celebração são
diversas.
1201. A riqueza insondável do mistério de Cristo é tal, que nenhuma tradição
litúrgica pode esgotar-lhe a expressão. A história da origem e desenvolvimento
destes ritos testemunha uma complementaridade admirável. Sempre que as
Igrejas viveram estas tradições litúrgicas em comunhão na fé e nos sacramentos
da fé, enriqueceram-se mutuamente, crescendo na fidelidade à Tradição e à missão
comum de toda a Igreja (73).
1202. As diversas tradições litúrgicas nasceram em razão da própria missão da
Igreja. As Igrejas duma mesma área geográfica e cultural acabaram por celebrar o
mistério de Cristo através de expressões particulares, culturalmente diferenciadas:
na tradição do «depósito da fé» (74), no simbolismo litúrgico, na organização da
comunhão fraterna, na compreensão teológica dos mistérios e nos tipos de
santidade. Assim, Cristo, Luz e Salvação de todos os povos, é manifestado pela
vida litúrgica duma Igreja ao povo e à cultura a que a mesma Igreja é enviada e
em que se radicou. A Igreja é católica: pode integrar na sua unidade, purificandoas,
todas as verdadeiras riquezas das culturas (75).
1203. As tradições litúrgicas ou ritos, actualmente em uso na Igreja, são: o rito
latino (principalmente o rito romano, mas também os ritos de certas igrejas locais,
como o rito ambrosiano ou o de certas ordens religiosas) e os ritos bizantino,
alexandrino ou copta, siríaco, arménio, maronita e caldeu. «Fiel à tradição, o
sagrado Concílio declara que a santa Mãe Igreja considera iguais em direito e
dignidade todos os ritos legitimamente reconhecidos e quer que no futuro se
mantenham e sejam promovidos por todos os meios» (76).
LITURGIA E CULTURAS
1204. A celebração da Liturgia deve, pois, corresponder ao génio e à cultura dos
diferentes povos (77). Para que o mistério de Cristo seja «dado a conhecer a todos
os gentios, para que obedeçam à fé» (Rm 16, 26), tem de ser anunciado, celebrado
e vivido em todas as culturas, de modo que estas não sejam abolidas mas
resgatadas e plenamente realizadas por ele (78). É com e pela sua cultura humana
própria, assumida e transfigurada por Cristo, que a multidão dos filhos de Deus
tem acesso ao Pai, para O glorificar num só Espírito.
1205. «Na liturgia, sobretudo na dos sacramentos, existe uma parte imutável —
por ser de instituição divina — da qual a Igreja é guardiã, e partes susceptíveis de
mudança que a Igreja tem o poder e, por vezes, mesmo o dever de adaptar às
culturas dos povos recentemente evangelizados» (79).
1206. «A diversidade litúrgica pode ser fonte de enriquecimento, mas também
pode provocar tensões, incompreensões recíprocas e até cismas. Neste domínio, é
claro que a diversidade não deve prejudicar a unidade. Ela só pode exprimir-se na
fidelidade à fé comum, aos sinais sacramentais que a Igreja recebeu de Cristo e à
comunhão hierárquica. A adaptação às culturas exige uma conversão do coração e,
se necessário, rupturas com hábitos ancestrais incompatíveis com a fé católica»
(80).
celebram em toda a parte o mesmo mistério pascal, fiéis à fé apostólica. O
mistério celebrado na liturgia é um só, mas as formas da sua celebração são
diversas.
1201. A riqueza insondável do mistério de Cristo é tal, que nenhuma tradição
litúrgica pode esgotar-lhe a expressão. A história da origem e desenvolvimento
destes ritos testemunha uma complementaridade admirável. Sempre que as
Igrejas viveram estas tradições litúrgicas em comunhão na fé e nos sacramentos
da fé, enriqueceram-se mutuamente, crescendo na fidelidade à Tradição e à missão
comum de toda a Igreja (73).
1202. As diversas tradições litúrgicas nasceram em razão da própria missão da
Igreja. As Igrejas duma mesma área geográfica e cultural acabaram por celebrar o
mistério de Cristo através de expressões particulares, culturalmente diferenciadas:
na tradição do «depósito da fé» (74), no simbolismo litúrgico, na organização da
comunhão fraterna, na compreensão teológica dos mistérios e nos tipos de
santidade. Assim, Cristo, Luz e Salvação de todos os povos, é manifestado pela
vida litúrgica duma Igreja ao povo e à cultura a que a mesma Igreja é enviada e
em que se radicou. A Igreja é católica: pode integrar na sua unidade, purificandoas,
todas as verdadeiras riquezas das culturas (75).
1203. As tradições litúrgicas ou ritos, actualmente em uso na Igreja, são: o rito
latino (principalmente o rito romano, mas também os ritos de certas igrejas locais,
como o rito ambrosiano ou o de certas ordens religiosas) e os ritos bizantino,
alexandrino ou copta, siríaco, arménio, maronita e caldeu. «Fiel à tradição, o
sagrado Concílio declara que a santa Mãe Igreja considera iguais em direito e
dignidade todos os ritos legitimamente reconhecidos e quer que no futuro se
mantenham e sejam promovidos por todos os meios» (76).
LITURGIA E CULTURAS
1204. A celebração da Liturgia deve, pois, corresponder ao génio e à cultura dos
diferentes povos (77). Para que o mistério de Cristo seja «dado a conhecer a todos
os gentios, para que obedeçam à fé» (Rm 16, 26), tem de ser anunciado, celebrado
e vivido em todas as culturas, de modo que estas não sejam abolidas mas
resgatadas e plenamente realizadas por ele (78). É com e pela sua cultura humana
própria, assumida e transfigurada por Cristo, que a multidão dos filhos de Deus
tem acesso ao Pai, para O glorificar num só Espírito.
1205. «Na liturgia, sobretudo na dos sacramentos, existe uma parte imutável —
por ser de instituição divina — da qual a Igreja é guardiã, e partes susceptíveis de
mudança que a Igreja tem o poder e, por vezes, mesmo o dever de adaptar às
culturas dos povos recentemente evangelizados» (79).
1206. «A diversidade litúrgica pode ser fonte de enriquecimento, mas também
pode provocar tensões, incompreensões recíprocas e até cismas. Neste domínio, é
claro que a diversidade não deve prejudicar a unidade. Ela só pode exprimir-se na
fidelidade à fé comum, aos sinais sacramentais que a Igreja recebeu de Cristo e à
comunhão hierárquica. A adaptação às culturas exige uma conversão do coração e,
se necessário, rupturas com hábitos ancestrais incompatíveis com a fé católica»
(80).
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