770. A Igreja está na história, mas, ao mesmo tempo, transcende-a. Só «com os
olhos da fé» (190) é que se pode ver na sua realidade visível, ao mesmo tempo,
uma realidade espiritual, portadora de vida divina.
A IGREJA – AO MESMO TEMPO VISÍVEL E ESPIRITUAL
771. «Cristo, mediador único, constitui e continuamente sustenta sobre a terra,
como um todo visível, a sua Igreja santa, comunidade de fé, esperança e amor, por
meio da qual difunde em todos a verdade e a graça». A Igreja é, simultaneamente:
– «sociedade dotada de órgãos hierárquicos e corpo místico de Cristo»;
– «agrupamento visível e comunidade espiritual»;
– «Igreja terrestre e Igreja ornada com os bens celestes».
Estas dimensões constituem, em conjunto, «uma única realidade complexa,
formada pelo duplo elemento humano e divino» (191).
É próprio da Igreja ser «simultaneamente humana e divina, visível e dotada de
elementos invisíveis, empenhada na acção e dada à contemplação, presente no
mundo e, todavia, peregrina; mas de tal forma que o que nela é humano se deve
ordenar e subordinar ao divino, o visível ao invisível, a acção à contemplação, e o
presente à cidade futura que buscamos» (192).
«Humildade! Sublimidade! Tenda de Cedar e santuário de Deus; habitação terrena
e palácio celeste; casa de barro e corte real; corpo mortal e templo de luz; enfim,
objecto de desprezo para os orgulhosos e esposa de Cristo! Ela é morena mas bela,
ó filhas de Jerusalém; ela que, empalidecida pela fadiga e sofrimento dum longo
exílio, tem, no entanto, por ornamento a beleza celeste» (193).
A IGREJA – MISTÉRIO DA UNIÃO DOS HOMENS COM DEUS
772. É na Igreja que Cristo realiza e revela o seu próprio mistério, como a meta do
desígnio de Deus: «recapitular tudo n'Ele» (Ef 1, 10). São Paulo chama «grande
mistério» (Ef 5, 32) à união esponsal de Cristo e da Igreja. Porque está unida a
Cristo como a seu esposo (194), a própria Igreja, por seu turno, se torna mistério
(195). E é contemplando nela este mistério, que S. Paulo exclama: «Cristo em vós
— eis a esperança da glória!» (Cl 1, 27).
773. Na Igreja, esta comunhão dos homens com Deus pela «caridade, que não
passa jamais» (1 Cor 13, 8), é o fim que comanda tudo quanto nela é meio
sacramental, ligado a este mundo que passa (196). «A sua estrutura está
completamente ordenada à santidade dos membros de Cristo. E a santidade
aprecia-se em função do "grande mistério", em que a esposa responde com a
dádiva do seu amor ao dom do Esposo» (197). Nesta santidade que é o mistério da
Igreja, Maria precede-nos todos como «a Esposa sem mancha nem ruga» (198). E é
por isso que «a dimensão mariana da Igreja precede a sua dimensão petrina»
(199).
A IGREJA – SACRAMENTO UNIVERSAL DA SALVAÇÃO
774. A palavra grega mysterion foi traduzida em latim por dois termos: mysterium
e sacramentum. Na segunda interpretação, o termo sacramentum exprime
prevalentemente o sinal visível da realidade oculta da salvação, indicada pelo
termo mysterium. Neste sentido, o próprio Cristo é o mistério da salvação: «Nem
há outro mistério senão Cristo (200). A obra salvífica da sua humanidade santa e
santificadora é o sacramento da salvação, que se manifesta e actua nos
sacramentos da Igreja (que as Igrejas do Oriente chamam também «os santos
mistérios»). Os sete sacramentos são os sinais e os instrumentos pelos quais o
Espírito Santo derrama a graça de Cristo, que é a Cabeça, na Igreja que é o seu
Corpo. A Igreja possui, pois, e comunica a graça invisível que significa: e é neste
sentido analógico que é chamada «sacramento».
775 «A Igreja em Cristo é como que o sacramento ou sinal e instrumento da íntima
união com Deus e da unidade de todo o género humano» (201). Ser sacramento
da união íntima do homem com Deus, eis a primeira finalidade da Igreja. E porque
a comunhão dos homens entre si radica na união com Deus, a Igreja é, também, o
sacramento da unidade do género humano. Nela, esta unidade já começou, pois
reúne homens «de toda a nação, raça, povo e língua» (Ap 7, 9). A Igreja é, ao
mesmo tempo, «sinal e instrumento» da plena realização desta unidade, que ainda
há-de vir.
776. Como sacramento, a Igreja é instrumento de Cristo. «É assumida por Ele como
instrumento da redenção universal»(202), «o sacramento universal da
salvação»(203), pelo qual o mesmo Cristo «manifesta e simultaneamente actualiza
o mistério do amor de Deus pelos homens»(204). É o «projecto visível do amor de
Deus para com a humanidade»(205), segundo o qual Deus quer «que todo o género
humano forme um só povo de Deus, se una num só Corpo de Cristo e se edifique
num só templo do Espírito Santo»(206).
olhos da fé» (190) é que se pode ver na sua realidade visível, ao mesmo tempo,
uma realidade espiritual, portadora de vida divina.
A IGREJA – AO MESMO TEMPO VISÍVEL E ESPIRITUAL
771. «Cristo, mediador único, constitui e continuamente sustenta sobre a terra,
como um todo visível, a sua Igreja santa, comunidade de fé, esperança e amor, por
meio da qual difunde em todos a verdade e a graça». A Igreja é, simultaneamente:
– «sociedade dotada de órgãos hierárquicos e corpo místico de Cristo»;
– «agrupamento visível e comunidade espiritual»;
– «Igreja terrestre e Igreja ornada com os bens celestes».
Estas dimensões constituem, em conjunto, «uma única realidade complexa,
formada pelo duplo elemento humano e divino» (191).
É próprio da Igreja ser «simultaneamente humana e divina, visível e dotada de
elementos invisíveis, empenhada na acção e dada à contemplação, presente no
mundo e, todavia, peregrina; mas de tal forma que o que nela é humano se deve
ordenar e subordinar ao divino, o visível ao invisível, a acção à contemplação, e o
presente à cidade futura que buscamos» (192).
«Humildade! Sublimidade! Tenda de Cedar e santuário de Deus; habitação terrena
e palácio celeste; casa de barro e corte real; corpo mortal e templo de luz; enfim,
objecto de desprezo para os orgulhosos e esposa de Cristo! Ela é morena mas bela,
ó filhas de Jerusalém; ela que, empalidecida pela fadiga e sofrimento dum longo
exílio, tem, no entanto, por ornamento a beleza celeste» (193).
A IGREJA – MISTÉRIO DA UNIÃO DOS HOMENS COM DEUS
772. É na Igreja que Cristo realiza e revela o seu próprio mistério, como a meta do
desígnio de Deus: «recapitular tudo n'Ele» (Ef 1, 10). São Paulo chama «grande
mistério» (Ef 5, 32) à união esponsal de Cristo e da Igreja. Porque está unida a
Cristo como a seu esposo (194), a própria Igreja, por seu turno, se torna mistério
(195). E é contemplando nela este mistério, que S. Paulo exclama: «Cristo em vós
— eis a esperança da glória!» (Cl 1, 27).
773. Na Igreja, esta comunhão dos homens com Deus pela «caridade, que não
passa jamais» (1 Cor 13, 8), é o fim que comanda tudo quanto nela é meio
sacramental, ligado a este mundo que passa (196). «A sua estrutura está
completamente ordenada à santidade dos membros de Cristo. E a santidade
aprecia-se em função do "grande mistério", em que a esposa responde com a
dádiva do seu amor ao dom do Esposo» (197). Nesta santidade que é o mistério da
Igreja, Maria precede-nos todos como «a Esposa sem mancha nem ruga» (198). E é
por isso que «a dimensão mariana da Igreja precede a sua dimensão petrina»
(199).
A IGREJA – SACRAMENTO UNIVERSAL DA SALVAÇÃO
774. A palavra grega mysterion foi traduzida em latim por dois termos: mysterium
e sacramentum. Na segunda interpretação, o termo sacramentum exprime
prevalentemente o sinal visível da realidade oculta da salvação, indicada pelo
termo mysterium. Neste sentido, o próprio Cristo é o mistério da salvação: «Nem
há outro mistério senão Cristo (200). A obra salvífica da sua humanidade santa e
santificadora é o sacramento da salvação, que se manifesta e actua nos
sacramentos da Igreja (que as Igrejas do Oriente chamam também «os santos
mistérios»). Os sete sacramentos são os sinais e os instrumentos pelos quais o
Espírito Santo derrama a graça de Cristo, que é a Cabeça, na Igreja que é o seu
Corpo. A Igreja possui, pois, e comunica a graça invisível que significa: e é neste
sentido analógico que é chamada «sacramento».
775 «A Igreja em Cristo é como que o sacramento ou sinal e instrumento da íntima
união com Deus e da unidade de todo o género humano» (201). Ser sacramento
da união íntima do homem com Deus, eis a primeira finalidade da Igreja. E porque
a comunhão dos homens entre si radica na união com Deus, a Igreja é, também, o
sacramento da unidade do género humano. Nela, esta unidade já começou, pois
reúne homens «de toda a nação, raça, povo e língua» (Ap 7, 9). A Igreja é, ao
mesmo tempo, «sinal e instrumento» da plena realização desta unidade, que ainda
há-de vir.
776. Como sacramento, a Igreja é instrumento de Cristo. «É assumida por Ele como
instrumento da redenção universal»(202), «o sacramento universal da
salvação»(203), pelo qual o mesmo Cristo «manifesta e simultaneamente actualiza
o mistério do amor de Deus pelos homens»(204). É o «projecto visível do amor de
Deus para com a humanidade»(205), segundo o qual Deus quer «que todo o género
humano forme um só povo de Deus, se una num só Corpo de Cristo e se edifique
num só templo do Espírito Santo»(206).
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