A HERANÇA DA FÉ CONFIADA À TOTALIDADE DA IGREJA
84. O depósito da fé (49) («depositum fidei»), contido na Tradição sagrada e na
Sagrada Escritura, foi confiado pelos Apóstolos ao conjunto da Igreja. «Apoiandose
nele, todo o povo santo persevera unido aos seus pastores na doutrina dos
Apóstolos e na comunhão, na fracção do pão e na oração, de tal modo que, na
conservação, actuação e profissão da fé transmitida, haja uma especial
concordância dos pastores e dos fiéis» (50).
O MAGISTÉRIO DA IGREJA
85. «O encargo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus, escrita ou
contida na Tradição, foi confiado só ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade é
exercida em nome de Jesus Cristo (51), isto é, aos bispos em comunhão com o
sucessor de Pedro, o bispo de Roma.
86. «Todavia, este Magistério não está acima da Palavra de Deus, mas sim ao seu
serviço, ensinando apenas o que foi transmitido, enquanto, por mandato divino e
com a assistência do Espírito Santo, a ouve piamente, a guarda religiosamente e a
expõe fielmente, haurindo deste depósito único da fé tudo quanto propõe à fé
como divinamente revelado» (52).
87. Os fiéis, lembrando-se da palavra de Cristo aos Apóstolos: «Quem vos escuta
escuta-me a Mim» (Lc 10, 16) (53), recebem com docilidade os ensinamentos e as
directrizes que os seus pastores lhes dão, sob diferentes formas.
OS DOGMAS DA FÉ
88. O Magistério da Igreja faz pleno uso da autoridade que recebeu de Cristo
quando define dogmas, isto é, quando propõe, dum modo que obriga o povo
cristão a uma adesão irrevogável de fé, verdades contidas na Revelação divina ou
quando propõe, de modo definitivo, verdades que tenham com elas um nexo
necessário.
89. Existe uma ligação orgânica entre a nossa vida espiritual e os dogmas. Os
dogmas são luzes no caminho da nossa fé: iluminam-no e tornam-no seguro. Por
outro lado, se a nossa vida for recta, a nossa inteligência e nosso coração estarão
abertos para acolher a luz dos dogmas da fé (54).
90. A interligação e a coerência dos dogmas podem encontrar-se no conjunto da
revelação do mistério de Cristo (55). Convém lembrar que «existe uma ordem ou
"hierarquia" das verdades da doutrina católica, já que o nexo delas com o
fundamento da fé cristã é diferente» (56).
O SENTIDO SOBRENATURAL DA FÉ
91. Todos os fiéis participam na compreensão e na transmissão da verdade
revelada. Todos receberam a unção do Espírito Santo que os instrui (57) e os
conduz «à verdade total» (Jo 16, 13).
92. «A totalidade dos fiéis [...] não pode enganar-se na fé e manifesta esta sua
propriedade peculiar por meio do sentir sobrenatural da fé do povo todo, quando,
"desde os bispos até ao último dos fiéis leigos", exprime consenso universal em
matéria de fé e costumes» (58).
93. «Com este sentido da fé, que se desperta e sustenta pela acção do Espírito de
verdade, o povo de Deus, sob a direcção do sagrado Magistério [...] adere
indefectivelmente à fé, uma vez por todas confiada aos santos; penetra-a mais
profundamente com juízo acertado e aplica-a mais totalmente na vida» (59).
O CRESCIMENTO NA INTELIGÊNCIA DA FÉ
94. Graças à assistência do Espírito Santo, a inteligência das realidades e das
palavras do depósito da fé pode crescer na vida da Igreja:
– «Pela contemplação e pelo estudo dos crentes, que as meditam no seu coração»
(60); e particularmente pela «investigação teológica, que aprofunda o
conhecimento da verdade revelada» (61).
– «Pela inteligência interior das coisas espirituais que os crentes experimentam»
(62); «Divina eloquia cum legente crescunt» – «As palavras divinas crescem com
quem as lê» (63).
– «Pela pregação daqueles que receberam, com a sucessão episcopal, um carisma
certo da verdade» (64).
95. «É claro, portanto, que a sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério
da Igreja, segundo um sapientíssimo desígnio de Deus, estão de tal maneira
ligados e conjuntos, que nenhum pode subsistir sem os outros e, todos juntos, cada
um a seu modo, sob a acção do mesmo Espírito Santo, contribuem eficazmente
para a salvação das almas» (65).
Resumindo:
96. O que Cristo confiou aos Apóstolos, estes o transmitiram, pela sua pregação e
por escrito, sob a inspiração do Espírito Santo, a todas as gerações, até à vinda
gloriosa de Cristo.
97. «A sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um único depósito
sagrado da Palavra de Deus» (66), no qual, como num espelho, a Igreja peregrina
contempla Deus, fonte de todas as suas riquezas.
98. «Na sua doutrina, vida e culto, a Igreja perpetua e transmite a todas as
gerações tudo aquilo que ela é, tudo aquilo em que acredita» (67).
99. Graças ao sentido sobrenatural da fé, o povo de Deus, no seu todo, não cessa
de acolher o dom da Revelação divina, de nele penetrar mais profundamente e de
viver dele mais plenamente.
100. O encargo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus foi confiado
unicamente ao Magistério da Igreja, ao Papa e aos bispos em comunhão com ele.
84. O depósito da fé (49) («depositum fidei»), contido na Tradição sagrada e na
Sagrada Escritura, foi confiado pelos Apóstolos ao conjunto da Igreja. «Apoiandose
nele, todo o povo santo persevera unido aos seus pastores na doutrina dos
Apóstolos e na comunhão, na fracção do pão e na oração, de tal modo que, na
conservação, actuação e profissão da fé transmitida, haja uma especial
concordância dos pastores e dos fiéis» (50).
O MAGISTÉRIO DA IGREJA
85. «O encargo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus, escrita ou
contida na Tradição, foi confiado só ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade é
exercida em nome de Jesus Cristo (51), isto é, aos bispos em comunhão com o
sucessor de Pedro, o bispo de Roma.
86. «Todavia, este Magistério não está acima da Palavra de Deus, mas sim ao seu
serviço, ensinando apenas o que foi transmitido, enquanto, por mandato divino e
com a assistência do Espírito Santo, a ouve piamente, a guarda religiosamente e a
expõe fielmente, haurindo deste depósito único da fé tudo quanto propõe à fé
como divinamente revelado» (52).
87. Os fiéis, lembrando-se da palavra de Cristo aos Apóstolos: «Quem vos escuta
escuta-me a Mim» (Lc 10, 16) (53), recebem com docilidade os ensinamentos e as
directrizes que os seus pastores lhes dão, sob diferentes formas.
OS DOGMAS DA FÉ
88. O Magistério da Igreja faz pleno uso da autoridade que recebeu de Cristo
quando define dogmas, isto é, quando propõe, dum modo que obriga o povo
cristão a uma adesão irrevogável de fé, verdades contidas na Revelação divina ou
quando propõe, de modo definitivo, verdades que tenham com elas um nexo
necessário.
89. Existe uma ligação orgânica entre a nossa vida espiritual e os dogmas. Os
dogmas são luzes no caminho da nossa fé: iluminam-no e tornam-no seguro. Por
outro lado, se a nossa vida for recta, a nossa inteligência e nosso coração estarão
abertos para acolher a luz dos dogmas da fé (54).
90. A interligação e a coerência dos dogmas podem encontrar-se no conjunto da
revelação do mistério de Cristo (55). Convém lembrar que «existe uma ordem ou
"hierarquia" das verdades da doutrina católica, já que o nexo delas com o
fundamento da fé cristã é diferente» (56).
O SENTIDO SOBRENATURAL DA FÉ
91. Todos os fiéis participam na compreensão e na transmissão da verdade
revelada. Todos receberam a unção do Espírito Santo que os instrui (57) e os
conduz «à verdade total» (Jo 16, 13).
92. «A totalidade dos fiéis [...] não pode enganar-se na fé e manifesta esta sua
propriedade peculiar por meio do sentir sobrenatural da fé do povo todo, quando,
"desde os bispos até ao último dos fiéis leigos", exprime consenso universal em
matéria de fé e costumes» (58).
93. «Com este sentido da fé, que se desperta e sustenta pela acção do Espírito de
verdade, o povo de Deus, sob a direcção do sagrado Magistério [...] adere
indefectivelmente à fé, uma vez por todas confiada aos santos; penetra-a mais
profundamente com juízo acertado e aplica-a mais totalmente na vida» (59).
O CRESCIMENTO NA INTELIGÊNCIA DA FÉ
94. Graças à assistência do Espírito Santo, a inteligência das realidades e das
palavras do depósito da fé pode crescer na vida da Igreja:
– «Pela contemplação e pelo estudo dos crentes, que as meditam no seu coração»
(60); e particularmente pela «investigação teológica, que aprofunda o
conhecimento da verdade revelada» (61).
– «Pela inteligência interior das coisas espirituais que os crentes experimentam»
(62); «Divina eloquia cum legente crescunt» – «As palavras divinas crescem com
quem as lê» (63).
– «Pela pregação daqueles que receberam, com a sucessão episcopal, um carisma
certo da verdade» (64).
95. «É claro, portanto, que a sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério
da Igreja, segundo um sapientíssimo desígnio de Deus, estão de tal maneira
ligados e conjuntos, que nenhum pode subsistir sem os outros e, todos juntos, cada
um a seu modo, sob a acção do mesmo Espírito Santo, contribuem eficazmente
para a salvação das almas» (65).
Resumindo:
96. O que Cristo confiou aos Apóstolos, estes o transmitiram, pela sua pregação e
por escrito, sob a inspiração do Espírito Santo, a todas as gerações, até à vinda
gloriosa de Cristo.
97. «A sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um único depósito
sagrado da Palavra de Deus» (66), no qual, como num espelho, a Igreja peregrina
contempla Deus, fonte de todas as suas riquezas.
98. «Na sua doutrina, vida e culto, a Igreja perpetua e transmite a todas as
gerações tudo aquilo que ela é, tudo aquilo em que acredita» (67).
99. Graças ao sentido sobrenatural da fé, o povo de Deus, no seu todo, não cessa
de acolher o dom da Revelação divina, de nele penetrar mais profundamente e de
viver dele mais plenamente.
100. O encargo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus foi confiado
unicamente ao Magistério da Igreja, ao Papa e aos bispos em comunhão com ele.
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