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A IGREJA, TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO

797. «O que o nosso espírito, quer dizer, a nossa alma, é para os nossos membros,
o Espírito Santo é-o para os membros de Cristo, para o Corpo de Cristo, que é a
Igreja» (248). «É ao Espírito de Cristo, como a um princípio oculto, que se deve
atribuir o facto de todas as partes do Corpo estarem unidas, tanto entre si como
com a Cabeça suprema, pois Ele está todo na Cabeça, todo no Corpo, todo em cada
um dos seus membros» (249). É o Espírito Santo que faz da Igreja «o templo do
Deus vivo» (2 Cor 6, 16) (250):
«De facto, foi à própria Igreja que o dom de Deus foi confiado [...]. Nela foi
depositada a comunhão com Cristo, isto é, o Espírito Santo, arras da
incorruptibilidade, confirmação da nossa fé e escada da nossa ascensão para Deus
[...]. Porque onde está a Igreja, aí está também o Espírito de Deus; e onde está o
Espírito de Deus, aí está a Igreja e toda a graça» (251).
798. O Espírito Santo é «o princípio de toda a acção vital e verdadeiramente
salvífica em cada uma das diversas partes do Corpo» (252), Ele realiza, de
múltiplas maneiras, a edificação de todo o Corpo na caridade (253): pela Palavra
de Deus, «que tem o poder de construir o edifício» (Act 20, 32); mediante o
Baptismo, pelo qual forma o Corpo de Cristo (254); pelos sacramentos, que fazem
crescer e curam os membros de Cristo; pela «graça dada aos Apóstolos que ocupa
o primeiro lugar entre os seus dons» (255); pelas virtudes que fazem agir segundo
o bem; enfim, pelas múltiplas graças especiais (chamadas «carismas») pelos quais
Ele torna os fiéis «aptos e disponíveis para assumir os diferentes cargos e ofícios
proveitosos para a renovação e cada vez mais ampla edificação da Igreja» (256).
OS CARISMAS
799. Extraordinários ou simples e humildes, os carismas são graças do Espírito
Santo que, directa ou indirectamente, têm uma utilidade eclesial, ordenados como
são para a edificação da Igreja, o bem dos homens e as necessidades do mundo.
800. Os carismas devem ser acolhidos com reconhecimento por aquele que os
recebe, mas também por todos os membros da Igreja. De facto, eles são uma
maravilhosa riqueza de graças para a vitalidade apostólica e para a santidade de
todo o Corpo de Cristo; desde que se trate de dons verdadeiramente procedentes
do Espírito Santo e exercidos de modo plenamente conforme aos impulsos
autênticos do mesmo Espírito, quer dizer, segundo a caridade, verdadeira medida
dos carismas (257).
801. Nesse sentido será sempre necessário o discernimento dos carismas. Nenhum
carisma dispensa a referência e a submissão aos pastores da Igreja. «A eles
compete, de modo especial, não extinguir o Espírito, mas tudo examinar para reter
o que é bom» (258), de modo que todos os carismas, na sua diversidade e
complementaridade, cooperem para o «bem comum» (1 Cor 12, 7) (259).

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