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O PODER DAS CHAVES

981. Depois da ressurreição, Cristo enviou os seus Apóstolos «a anunciar a todos
os povos o arrependimento em seu nome, com vista à remissão dos pecados»
(Lc 24, 47). Este «ministério da reconciliação» (2 Cor 5, 18), não o cumprem os
Apóstolos e os seus sucessores somente anunciando aos homens o perdão de Deus
que nos foi merecido por Jesus Cristo, e chamando-os à conversão e à fé; mas
também comunicando-lhes a remissão dos pecados pelo Baptismo e reconciliandoos
com Deus e com a Igreja, graças ao poder das chaves recebido de Cristo:
A Igreja «recebeu as chaves do Reino dos céus, para que nela se faça a remissão
dos pecados pelo Sangue de Cristo e a acção do Espírito Santo. É nesta Igreja que
a alma, morta pelos pecados, recupera a vida para viver com Cristo, cuja graça nos
salvou» (551).
982. Não há nenhuma falta, por mais grave que seja, que a santa Igreja não possa
perdoar. «Nem há pessoa, por muito má e culpável que seja, a quem não deva ser
proposta a esperança certa do perdão, desde que se arrependa verdadeiramente
dos seus erros» (552). Cristo, que morreu por todos os homens, quer que na sua
Igreja as portas do perdão estejam sempre abertas a todo aquele que se afastar
do pecado (553).
983. A catequese deve esforçar-se por despertar e alimentar, entre os fiéis, a fé na
grandeza incomparável do dom que Cristo ressuscitado fez à sua Igreja: a missão e
o poder de verdadeiramente perdoar os pecados, pelo ministério dos Apóstolos e
seus sucessores:
«O Senhor quer que os seus discípulos tenham um poder imenso: Ele quer que os
seus pobres servidores façam, em seu nome, tudo quanto Ele fazia quando vivia na
terra» (554).
«Os sacerdotes receberam um poder que Deus não deu nem aos anjos nem aos
arcanjos. [...] Deus sanciona lá em cima tudo o que os sacerdotes fazem cá em
baixo» (555).
«Se na Igreja não houvesse a remissão dos pecados, nada havia a esperar, não
existiria qualquer esperança duma vida eterna, duma libertação eterna. Dêmos
graças a Deus, que deu à sua Igreja um tal dom» (556).
Resumindo:
984. O Credo relaciona «o perdão dos pecados» com a profissão de fé no Espírito
Santo. De facto, Cristo ressuscitado confiou aos Apóstolos o poder de perdoar os
pecados, quando lhes deu o Espírito Santo.
985. O Baptismo é o primeiro e principal sacramento para o perdão dos pecados:
une-nos a Cristo morto e ressuscitado e dá-nos o Espírito Santo.
986. Por vontade de Cristo, a Igreja possui o poder de perdoar os pecados dos
baptizados e exerce-o através dos bispos e dos presbíteros, de modo habitual no
sacramento da Penitência.
987. «Na remissão dos pecados, os sacerdotes e os sacramentos são instrumentos
mediante os quais nosso Senhor Jesus Cristo, único autor e dispensador da
salvação, nos concede a remissão dos pecados e a graça da justificação» (557).

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